Por favor venha voando”estreia em 14 de março, no CCBB Rio
Com direção de Georgette Fadel e texto inédito de Pedro Kosovski, peça marca uma década de parceria artística entre as atrizes Debora Lamm e Inez Viana, juntas no palco pela primeira vez
Elas completam dez anos de parceria artística em 2019, mas é a primeira vez que Debora Lamm e Inez Viana dividem o palco como atrizes. Com direção de Georgette Fadel, “Por favor venha voando” estreia em 14 de março, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, onde fica em cartaz de quinta a segunda, até 29 de abril. O texto inédito de Pedro Kosovski foi construído durante o processo de criação da montagem, a partir de um desejo das duas de falar de amor em tempos tão complicados – do amor como ato político acima de tudo. O espetáculo tem patrocínio do Banco do Brasil.
As atrizes se conheceram quando Inez foi convidada para dirigir a peça “As Conchambranças de Quaderna”, de Ariano Suassuna, com Debora no elenco. Foi a partir desta montagem, em 2009, que nasceu a parceria entre as duas e a criação da prestigiada Cia OmondÉ. De lá para cá, Inez dirigiu Debora em espetáculos do grupo – “Infância, Tiros e Plumas”, “Os Mamutes” e “Mata Teu Pai” – e também em duas produções fora da companhia, “Cock – Briga de Galo” e “Maravilhoso”.
A ideia de produzir uma peça para as duas atuarem partiu da Debora, a partir do desejo de dividir o palco com a Inez como atriz. “O que nos liga ou não a uma pessoa? Por que algumas pessoas ficam e outras só passam na nossa vida? Que movimento é esse de ficar numa relação?”, questiona a atriz. O texto de Pedro Kosovski foi construído tendo esses questionamentos e experiências pessoais das atrizes como fio condutor de uma história de amor entre duas pessoas do mesmo sexo. “A partir dessas questões filosóficas, durante o processo criamos uma trama. Um encontro nunca é só um encontro. Que linha é essa que me liga a uma determinada pessoa?”, pergunta Inez.
O cenário criado por Simone Mina, diretora de arte e também figurinista do espetáculo, revela um ambiente de intimidade do casal: um grande edredom que vai sendo dobrado e desdobrado ao longo da peça, uma mesa e alguns objetos cênicos compõem o espaço. “Quantas pessoas colocam a cabeça no travesseiro e conseguem realmente descansar, dormir em paz? A peça abre esse corpo de intimidades que é invadido por gritos lá fora, de intolerância, do preconceito, do desrespeito ao amor. O edredom vai ficando pequeno, se restringindo. Uma cuidando da outra, fazendo declarações de amor, entregando um objeto para a cena ser melhor, ficar mais bonita”, conta Georgette Fadel. “O edredom vai dobrando, dobrando, dobrando, e elas vão sendo encurraladas contra parede, mostrando um pouco essa opressão por ser um casal do mesmo sexo”, diz Inez.
PEDRO KOSOVSKI (dramaturgo)
Dramaturgo, diretor teatral e professor de artes cênicas da PUC-RIO. Suas obras foram apresentadas nos principais festivais do Brasil e em Portugal, Colômbia e França. Em 2005, funda Aquela Cia. de Teatro, em parceria com Marco André Nunes. Ganhador de dois prêmios Shell 2015 e 2017 (“Caranguejo Overdrive” e “Tripas”), prêmio Cesgranrio 2015 (“Caranguejo Overdrive”), prêmio Questão de Crítica 2012 e 2014 (“Cara de Cavalo” e “Edypop”), prêmio CBTIJ 2016 e Zilka Salaberry 2016 (“Tãotão”). Três de suas peças que formam a “trilogia da cidade” (“Cara de Cavalo”, “Caranguejo Overdrive” e “Guanabara Canibal”) e foram publicadas pela editora Cobogó na coleção “Dramaturgias”.
É autor de “Outside, um Musical Noir”(2011),“Cosmocartas – Correspondências de H. Oiticica e L. Clark” (2014), “Edypop” (2014), “Laio & Crísipo” (2016), “Fatal” (2016), “Tripas” (2017) e a ópera contemporânea “Aquilo que Mais Eu Temia Desabou sobre Minha Cabeça” (2017), em parceria com os artistas holandeses Sjaron Minailo e Anat Spiegel, que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 2018, o Sesc Ipiranga realizou dentro do projeto “Dramaturgias”, o Ciclo Pedro Kosovski, onde apresentou três peças de seu repertório. Em 2019, estreará “Kintugi, Cem Memórias”, também de sua autoria, com o Lume Teatro, e direção de Emilio García Wehbi.
GEORGETTE FADEL (diretora)
Diretora e atriz de formação acadêmica (Escola de Arte Dramática e Departamento de Comunicação e Artes da USP). Dentro da faculdade durante os anos 90, Fadel faz parte do florescimento de um forte movimento de grupos na cidade de São Paulo. Participa da fundação de grupos como Cia do Latão, Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e Cia São Jorge de Variedades, onde dirigiu e atuou em diversos espetáculos marcantes do movimento estético da virada do século, tais como: “O Nome do Sujeito”, “Bartolomeu que Será que Nele Deu”, “Biedermann e os Incendiários”, “Bastianas”, “Barafonda”, “Quem Não Sabe Mais Quem É, o que É Onde Está, Precisa se Mexer”.
Dirigiu com a Mundana Cia e Camila Pitanga, com a Probastica Cia e vários outros artistas, espetáculos que ganharam também palcos internacionais, além do eixo Rio São Paulo. Como atriz foi dirigida por Cristiane Paoli Quito, Tiche Viana, Francisco Medeiros, Cibele Forjaz, Frank Castorf e Felipe Hirsch. Como professora ministrou aulas de interpretação na Escola Livre de Teatro de Santo André, no Estúdio Nova Dança, na pós-graduação da Faculdade Celia Helena, além de direções na EAD. Sua trajetória é profundamente ligada a construção do performer livre e consciente dos movimentos do seu tempo.
DEBORA LAMM (idealizadora e atriz)
Atriz e diretora teatral, cofundadora da Cia OmondÉ de Teatro. Com 22 anos de carreira, já participou como atriz de mais de 20 espetáculos teatrais, mais de dez filmes, sete séries de TV e quatro novelas. Entre os seus trabalhos no teatro, os mais recentes estão: “Mata Teu Pai”, “Fatal”, “El Pânico”, “Infância, Tiros e Plumas”, “Cock – Briga de Galo” e “ Maravilhoso”. Seu mais recente trabalho no teatro é “A Ponte”, texto de Daniel MacIvor e direção de Adriano Guimarães (em cartaz de fevereiro a março de 2018, no CCBB São Paulo).
Na TV, participou do programa “Zorra” (TV Globo). No cinema, esteve nos longas Chocante”, “Como é Cruel Viver Assim” e “Um Homem Só”. Como diretora, dirigiu quatro espetáculos, entre eles o espetáculo “O Abacaxi”, com Veronica Debom e Felipe Rocha e “Pedro Malazarte e a Arara Gigante”, de Jorge Furtado, que lhe rendeu indicações de melhor direção para os prêmios CBTIJ e Zilka Sallaberry de Teatro Infantil. Como atriz, ganhou o prêmio Zilka Sallaberry pelo espetáculo “Coisas que a gente não vê”, de Renata Mizrahi e foi indicada ao prêmio APTR e ao Questão de Crítica com o espetáculo “Os Mamutes”, de Jô Bilac e direção de Inez Viana, que também lhe rendeu o prêmio FITA de Teatro na categoria melhor atriz.
INEZ VIANA (idealizadora e atriz)
Atriz, diretora e dramaturga, com bacharelado em Artes Cênicas pelo Instituto CAL, RJ. Dirigiu mais de 16 peças, tendo recebido duas indicações de melhor direção do prêmio Shell, uma da APTR, uma do Questão de Crítica e uma da APCA. Como atriz, recebeu uma indicação do Prêmio Shell e uma da APTR. Ganhou o Prêmio Qualidade Brasil em 2008, por “A Mulher que Escreveu a Bíblia”. Ganhou também dois Prêmios Contigo! de melhor espetáculo para “As Conchambranças de Quaderna”, de Ariano Suassuna (júris oficial e popular), e o Prêmio FITA de melhor direção para “Os Mamutes”, de Jô Bilac.
Como atriz, destacam-se os espetáculos: “A Mulher que Escreveu a Bíblia”, de Moacyr Scliar, adaptação de Thereza Falcão e direção de Guilherme Piva (2007); “Na Selva das Cidades”, de Bertold Brecht, direção de Aderbal Freire-Fo; “Krum”, de Hanock Levin, direção de Marcio Abreu; e “Nu de Botas”, de Antônio Prata, direção de Cristina Moura. Junto com nove atrizes e atores, fundou, em 2009, a Cia OmondÉ, que já tem sete peças montadas, todas com sua direção: “A Mentira”, de Nelson Rodrigues (2018]); “Mata Teu Pai”, de Grace Passô (2017); “Os Inadequados”, criação coletiva Cia OmondÉ (2015); “Infância, Tiros e Plumas”, de Jô Bilac (2014); “Nem Mesmo Todo o Oceano”, de Alcione Araújo, adaptação Inez Viana (2013); “Os Mamutes”, de Jô Bilac (2012); “As Conchambranças de Quaderna”, de Ariano Suassuna (2009).
Por 16 anos, manteve uma parceria com o escritor Ariano Suassuna, realizando, além da peça “As Conchambranças de Quaderna”, o documentário “Cavalgada à Pedra do Reino” (2000). Produziu o Primeiro Festival Ariano Suassuna, no Rio de Janeiro (2001), o Encontro com Ariano Suassuna (parceria com o Sesc RJ – 2004) e a curadoria artística dos 80 anos do escritor (2007), produzido pela Sarau Agência de Cultura, que culminou com uma Aula-Espetáculo de Ariano, no Theatro Municipal, do Rio de Janeiro. Em 2017, escreveu “A Última Peça”, seu primeiro texto teatral, publicado pela editora Cobogó e encenado no Sesc Pompeia, São Paulo, em agosto e setembro de 2018.
CCBB 30 ANOS
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil celebra 30 anos de atuação com mais de 50 milhões de visitas. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, o CCBB é um marco da revitalização do centro histórico da cidade e mantém uma programação plural, regular, acessível e de qualidade. Mais de três mil projetos já foram oferecidos ao público nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. Desde 2011, o CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper, projetando o Rio entre as cidades com as mostras de arte mais visitadas do mundo. Agente fomentador da arte e da cultura brasileira segue em compromisso permanente com a formação de plateias, incentivando o público a prestigiar o novo e promovendo, também, nomes da arte mundial.
FICHA TÉCNICA
Texto: Pedro Kosovski
Direção: Georgette Fadel
Elenco: Debora Lamm e Inez Viana
Diretora Assistente: Julia Ariani
Direção de Arte, Cenografia e Figurino: Simone Mina
Iluminação: Ana Luzia De Simoni
Direção Sonora: Xád Chalhoub
Assistente Figurinos: Angela Sauerbrown
Assistente Cenografia: Vinicius Cardoso
Programação Visual: André Senna
Assessoria de Imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha
Redes Sociais: Rafael Teixeira
Produção Executiva: Douglas Resende
Equipe de Produção: Alex Nunes e Ártemis
Direção de Produção: Sérgio Saboya
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Eu + Ela Produções Artísticas ME e CCBB
Espetáculo: “Por favor venha voando”
Temporada: De 14 de março a 29 de abril de 2019.
Dias e Horários: de quinta a segunda, às 19h30.
Sessões extras: dias 23 e 30 de março (sábados) e 6, 13 e 20 de abril (sábados), às 17h30.
Local: CCBB Rio (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro) – Teatro II
Informações: (21) 3808-2020.
Capacidade: 116 lugares. Recomendação etária: 14 anos.
Duração: 80 minutos.
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
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